Senado discute recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos — Rádio Senado
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Senado discute recuperação energética dos resíduos sólidos urbanos

A Comissão de Meio Ambiente discutiu em audiência pública a recuperação energética de resíduos sólidos urbanos, uma alternativa para a substituição dos lixões por aterrros sanitários que permite ainda a redução das emissões de gases do efeito estufa. Autor do requerimento (Req 15/2024 CMA), o senador Jorge Seif (PL-SC) disse que já existem 3 mil usinas de recuperação energética de resíduos sólidos urbanos no mundo, mas nenhuma delas operando no Brasil, porque aqui priorizamos a substituição dos lixões pelos aterros sanitários.

09/05/2024, 18h07 - ATUALIZADO EM 09/05/2024, 18h07
Duração de áudio: 02:43
sedest.pr.gov.br

Transcrição
A COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DISCUTIU, EM AUDIÊNCIA PÚBLICA, PROPOSTAS PARA A RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS. A IMPLANTAÇÃO DESSAS USINAS NO LUGAR DOS ATERROS SANITÁRIOS PODE AJUDAR O PAÍS A REDUZIR AS EMISSÕES DE GASES DO EFEITO ESTUFA. A REPORTAGEM É DE LAÍS NOGUEIRA. Em busca de soluções sustentáveis para gestão dos resíduos sólidos urbanos, a Comissão de Meio Ambiente discutiu com especialistas do setor e representantes do governo propostas para o cumprimento das metas de recuperação energética do Plano Nacional de Resíduos Sólidos - Planares, que estabeleceu este ano como prazo final para o fechamento de todos os lixões do país. Autor do requerimento da audiência, Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, disse que no mundo ideal, todos os resíduos deveriam ser separados antes do descarte, mas destacou que é preciso um trabalho de longo prazo para alcançarmos isso, de forma que encontrar alternativas para a destinação do lixo é fundamental. Hoje o que acontece? Muitas vezes esse lixo vai parar em lixões e, além de poluir o meio ambiente com metano, polui também nosso solo, nossas águas, porque ali aquele chorume, aquela poluição vai descendo e vai causando mal ao meio ambiente. E o que que nós estamos pensando aqui? Alternativas, inclusive, já utilizadas em outras partes do mundo, para nós nos inspirarmos e buscarmos soluções aqui.” Segundo dados da Ecoprog, uma consultoria de meio ambiente e tecnologias de geração de energia, existem atualmente 3 mil usinas de recuperação energética de resíduos sólidos urbanos no mundo, mas no Brasil não há nenhuma dessas usinas em funcionamento; apenas projetos em desenvolvimento e uma única usina em construção, a Unidade de Recuperação Energética de Barueri, em São Paulo. Para os especialistas, a recuperação energética deveria ser uma prioridade estratégica para o tratamento dos resíduos sólidos no país. Yuri Tisi, da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos, explicou que a implantação de usinas no lugar de aterros sanitários pode ajudar o país a reduzir as emissões de gases do efeito estufa. (Yuri Schmitke Tisi)  As usinas de recuperação energética por combustão, elas reduzem 8,4 vezes as emissões de gás de efeito estufa, quando comparado com os aterros, mesmo com os melhores captadores de metano. Então, isso é alarmante, porque hoje o metano é um gás de efeito estufa persistente, há um aquecimento global em andamento, causando catástrofes e a recuperação energética trabalha para mitigar essas ações. Jorge Seif disse que a implantação de usinas de recuperação energética de resíduos nas 28 regiões metropolitanas brasileiras com mais de um milhão de habitantes pode recuperar mais de 800 mil toneladas de metais por ano, material que permanece enterrado nos aterros sanitários, sem perspectiva de recuperação. Sob a supervisão de Cesar Mendes, da Rádio Senado, Laís Nogueira.

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