Senado debate desafios do ensino da medicina no Brasil — Rádio Senado
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Senado debate desafios do ensino da medicina no Brasil

Em audiência pública conjunta nesta quarta-feira (8), a Comissão de Educação e Cultura (CE) e a Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) debateram os desafios do ensino da medicina no Brasil, incluindo o crescimento no número de escolas médicas, a qualidade do ensino, a atuação interprofissional na competência médica e o papel da tecnologia na profissão.

08/05/2024, 18h22 - ATUALIZADO EM 08/05/2024, 18h22
Duração de áudio: 02:46
uftm.edu.br

Transcrição
A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA E A COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DEBATERAM OS DESAFIOS DO ENSINO MÉDICO NO BRASIL. A AUDIÊNCIA TEVE COMO FOCO O CRESCIMENTO DO NÚMERO DE ESCOLAS MÉDICAS, A QUALIDADE DO ENSINO E A ATUAÇÃO INTERPROFISSIONAL, NA COMPETÊNCIA MÉDICA E NO PAPEL DA TECNOLOGIA NA MEDICINA. REPÓRTER JÚLIA LOPES. Os desafios do ensino médico no Brasil, incluindo o aumento no número de escolas médicas, a qualidade do ensino, a atuação interprofissional na competência médica e o papel da tecnologia na área, foram tema de dabate da audiência pública conjunta da Comissão de Educação e Cultura e da Comissão de Ciência e Tecnologia, realizada nesta quarta-feira. Desde 2010, o Brasil viu o número de cursos quase dobrar, passando de 208 para 389. A presidente da Academia Nacional de Medicina, Eliete Bouskela, ressaltou a necessidade de ir além da quantidade de médicos, enfatizando a importância da qualidade. Eliete Bouskela: "Essa ideia de que vamos colocar faculdades de medicina em todos os lugares é uma visão extremamente simplista, com pouquíssimas chances de êxito. Ver, além da quantidade de médicos, nós temos que ver a qualidade que nós estamos formando. Em países não adianta a gente colocar um número a respeito de número de médicos por 100 mil ou mil habitantes sem olhar como é que a gente vai formar esse menino ou esta menina." A representante do Ministério da Saúde, Lívia Barbosa, destacou a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a qual é de 3,7 médicos para cada mil habitantes, enquanto o Brasil possui apenas 2,6 médicos por mil habitantes. Segundo ela, os médicos estão distribuídos de forma desigual pelo país. Lívia Milena Barbosa: "Então, a gente vê uma desigualdade na distribuição de médicos. Hoje, a gente puxa aqui alguns dados para olhar que o Sudeste, hoje, tem uma média de 3,6 médicos para cada mil habitantes, enquanto a região norte é 1,65. Se a gente pegar alguns estados, comparando, o Distrito Federal tem 6,3 médicos por mil habitantes, enquanto o Estado Maranhão é 1,17. E temos 16 estados brasileiros abaixo da média nacional de 2,6 médicos por mil habitantes." A residência médica não é obrigatória no Brasil, embora seja em vários outros países, como nos Estados Unidos. O presidente da Associação Médica Brasileira, César Eduardo Fernandes, explica que, apesar de não ser exigida, a residência tornou-se uma forma de suplementar as carências na formação de médicos no Brasil.  César Eduardo Fernandes: "No entanto, a residência médica é muito importante, não apenas ela é destinada para a formação de especialistas, mas não apenas para isso, ela virou quase que um complemento obrigatório para corrigir as deficiências de formação do médico no nosso país."  O debate foi conduzido pelo senador Astronauta Marcos Pontes do PL de São Paulo. Sob a supervisão de Pedro Pincer, da Rádio Senado, Júlia Lopes. 

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