Presidente da CPI da Braskem anuncia vinda coercitiva de engenheiro após descumprir decisão judicial. — Rádio Senado
Comissões

Presidente da CPI da Braskem anuncia vinda coercitiva de engenheiro após descumprir decisão judicial.

Em resposta à ausência desta terça-feira (7), o presidente da CPI da Braskem, senador Omar Aziz (PSD- AM), anunciou que o engenheiro Paulo Roberto Cabral de Melo deverá comparecer ao Senado nos próximos dias de maneira coercitiva. O responsável técnico pelas minas da Braskem também teve os sigilos quebrados pela CPI. No segundo depoimento, o geólogo e ex-diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio, reafirmou ameças da Braskem contra o laudo que apontou a responsabilidade da empresa no afundamento do solo com ação por danos morais no valor de R$ 1 bilhão. Ele alertou que outras minas colapsaram e não apenas a de número 18.

07/05/2024, 18h35 - ATUALIZADO EM 07/05/2024, 18h35
Duração de áudio: 03:12
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Transcrição
PRESIDENTE DA CPI DA BRASKEM ANUNCIA VINDA COERCITIVA DE ENGENHEIRO APÓS DESCUMPRIR DECISÃO JUDICIAL DE FALTAR A DEPOIMENTO. EX-DIRETOR DO SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL DIZ QUE MAIS DE UMA MINA JÁ COLAPSOU EM MACEIÓ E NÃO APENAS A 18. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O presidente da CPI da Braskem, senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, anunciou que o engenheiro Paulo Roberto Cabral de Melo deverá comparecer ao Senado nos próximos dias de maneira coercitiva. Responsável técnico pelas minas de sal-gema em Maceió no período de 1976 a 1997, Paulo Roberto faltou ao depoimento dessa terça-feira. Omar Aziz destacou que o habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, obrigava o comparecimento à CPI com o direito de permanecer em silêncio nas perguntas que pudessem incriminá-lo. Em dezembro do ano passado, Paulo Roberto foi alvo de uma operação da Polícia Federal no inquérito que investiga o afundamento do solo em Maceió. Omar Aziz destacou que a CPI vai buscar os meios jurídicos para garantir o depoimento do engenheiro.  A advogada informou a esta comissão que primeiro ele não poderia vir por causa de questões de saúde e isso não era uma justificativa. Depois entrou com habeas corpus. O ministro Alexandre de Moraes concedeu parcialmente no sentido que ele poderia se calar na CPI, mas que era favorável ao comparecimento. Ele não compareceu, ele virá a semana que vem sob vara. E a gente vai tomar as providências jurídicas e legais para que ele venha depor.  No segundo depoimento prestado à CPI, o ex-diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio, reafirmou que a Braskem explorou as minas de forma negligente, imprudente, incorreta e ambiciosa. E reforçou a estratégia da empresa de invalidar o laudo de 2019 da extinta CPRM - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, que responsabilizou a empresa pelo afundamento do solo em Maceió. Thales Sampaio citou a ação judicial contra a CPRM por danos morais no valor de R$ 1 bilhão. Ele afirmou ainda que não foi apenas a mina 18 que colapsou em dezembro.  Minas 7, 19, 18,essas minas aqui estão juntas. Aí fala assim: isso está admitido pela Braskem? A mina 7 já tinha subido para cota 700, ou seja, ela devia estar abaixo de 1000 metros e estava junto com a 19 e 18. Aí o cara diz: não, a mina 18 rompeu. Como rompeu? São três minas juntas. Isso aqui é um grande, um enorme salão que tem lá embaixo, que está todo rompido. Foram 10 milhões de metros cúbicos lavrados no subsolo. Isso equivale a 700 mil caminhões de areia.  Thales Sampaio declarou que é de risco a situação dos Flexais, que não estão no mapa de realocação, apenas no de monitoramento. Na mesma reunião, a CPI da Braskem aprovou a quebra de sigilo telefônico, fiscal e bancário do engenheiro Paulo Roberto e a convocação do diretor-presidente da Novonor, Héctor Nuñez, que tem participação no capital da Braskem. Da Rádio Senado, Hérica Christian.  

Ao vivo
00:0000:00