Sergio Mendes Brazilian Bag

No Improviso desta semana estaremos recuperando a vertente mais jazzy do pianista brasileiro Sérgio Mendes. O músico mudou-se para os Estados Unidos em 1964 para ir tentar a vida de músico de jazz, mas ele acabou ganhando fama ao fazer a bossa nova parecer mais pop e o pop se parecer à bossa nova, com o seu conjunto Brasil 66.

Mas é a raiz do jazz brasileiro que está presente nos trabalhos iniciais de Sérgio Mendes, tanto aqui no Brasil, como nos Estados Unidos. Seu primeiro álbum lançado no mercado americano, pelo selo Capitol, em 1965, foi um disco chamado The Sergio Mendes Trio In The Brazilian Bag!. O disco ficou no ostracismo, ofuscado pelo sucesso do projeto do Brasil 66, que estourou no mundo inteiro. Há pouco tempo, para sorte nosso, esse álbum foi relançado no Japão e está disponível em streaming.

O disco In The Brazilian Bag! tem as participações muito especiais da grande violonista brasileira Rosinha de Valença, do saxofonista americano Bud Shank, além dos vocais da cantora Wanda de Sá. Entre outras virtudes, o violão de Rosinha de Valença é um dos pontos altos neste álbum. Nele podemos desfrutar de todo o virtuosismo dessa musicista, que foi uma pioneira, como instrumentista, no mundo da música popular, brasileira e do jazz internacional.

No mesmo ano de 1965, Bud Shank, que havia participado do álbum de Sérgio Mendes, convidou o pianista João Donato para gravarem juntos um outro disco com o repertório da nova música brasileira. E eles então chamaram para as sessões a mesma banda que acompanhava Sérgio Mendes: Sebastião Neto, no baixo; Chico Batera, na bateria; e ainda, Rosinha de Valença. Esse é o grupo que está no álbum Bud Shank And His Brazilians Friends With João Donato, editado pelo selo Pacific Jazz. São peças desses dois álbuns que estarão em destaque no Improviso.