Título: Wagner dá números otimistas para 2006
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Fonte: O Estado de São Paulo, 20/12/2005, Nacional, p. A4

Planalto atua pensando em 4,5% de inflação e 5% de crescimento

O governo trabalha com a idéia de que em 2006, ano de eleições, a inflação não passará de 4,5% e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) estará mais próximo a 5%. Após a reunião ministerial, Ciro Gomes (Integração Nacional) e Jaques Wagner (Relações Institucionais) tentaram passar a idéia de otimismo com o ano que vem. "2006 será um ano de mais realizações, de crescimento mais consistente e no qual poderemos colher resultados mais consistentes ainda", avaliou Wagner. Ele não quis falar, porém, em números. Disse que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, não os detalhou e completou, brincando: "Se ele falou, eu esqueci." Para Ciro, 2006 "será um ano mais parecido com 2004 que com 2005".

No ano passado, o PIB cresceu 4,9%. Ciro não quis dizer se essa é a aposta do governo, mas admitiu que seria próximo de 5%. Ele fez uma defesa incisiva do governo. Tentou de todas as formas levar o assunto para o balanço de governo que foi feito na reunião ministerial.

"Fizemos uma reunião de avaliação, de prestação de contas ao povo", disse Ciro. "Todos os números deste governo são melhores, muito melhores ou mais ou menos melhores que os do governo anterior ou do que qualquer período de oito, quatro ou dois anos anteriores."

Nove ministros fizeram apresentações durante a reunião. Alguns haviam sido designados relatores de áreas de governo. Ciro falou sobre infra-estrutura. Afirmou que, entre as metas do governo para 2006 estão a transposição do Rio São Francisco, o fim da duplicação da BR-101 e a instalação de 5 mil quilômetros de linhas de transmissão de energia.

Os resultados da área social foram apresentados pelo ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. Ele ressaltou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) como prova do resultado das políticas para a área. Não houve promessas de novos programas para 2006, mas o crescimento dos que existem. Patrus falou da já conhecida meta de alcançar 11,2 milhões de famílias no Bolsa Família e na expectativa de que o governo consiga aprovar no Congresso o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb).

A apresentação mais curta foi do ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), primeiro a falar, que destacou o superávit de US$ 44 bilhões na balança comercial. Furlan, que recentemente fez críticas ao que chamou de falta de planejamento do governo, afirmou que houve crescimento da indústria e aumento da produtividade.

Márcio Thomaz Bastos (Justiça) falou apenas de sua área. Destacou o crescimento do efetivo da Polícia Federal, a construção de presídios federais - em andamento - e ações de combate à corrupção.